Ultraman Hawaii tem domínio do Canadá

Neste domingo teve fim a saga do Mundial de Ultraman, no Hawaii, competição que dura três dias e é disputada em Kona, em parte do percurso do Ironman. O evento foi criado em 1983 e tem como objetivo dar uma volta na Big Island, nadando, pedalando e correndo. No primeiro dia os atletas nadam 10km e pedalam mais 145km; no segundo dia, “apenas” o ciclismo de 276km; e no terceiro, os 84.4km de duas maratonas, debaixo de um sol insano.

Este ano, dois brasileiros participaram do Mundial, Alessandro Medeiros (foto abaixo, com seus staffs) e Edson Maisonnette. Edson fez um bom primeiro dia, mas no segundo, com 20km de ciclismo e debaixo de muita chuva, acabou levando um tombo sério de bike e sendo forçado a abandonar a competição, mas está tudo bem com ele. “Na descida do vulcão, com uns 20km, chovia muito e passei em algo que fez a roda dianteira derrapar e perdi a frente. Pelo menos consegui jogar pro gramado, mas a pancada foi tão forte que destruiu o capacete todo e a bike ficou sem condições de seguir; e eu com a pancada na cabeça fiquei com um galo gigante e dores no joelho, cotovelo e pelo corpo", revelou Edson após o acidente.

Medeiros, de 49 anos, fez um prova “redonda”, concluindo o Mundial na 13ª colocação entre os homens. Ele contou como foi o desafio: “A Grande Ilha mostrou a sua força nesse Mundial de Ultraman, a natação teve correntezas fortes aproximadamente 3km antes do final, exigindo muita força para finalizar. Na sequência para os 145km de bike, saímos de um calor infernal para chegarmos no vulcão, com 14 graus e debaixo de muita chuva, sem dúvida o primeiro dia minou a resistência de todos. Nos 276 km de bike, o dia se iniciou debaixo de muita neblina, chuva e ventos fortes, deixando a estrada muito perigosa. Eu planejei ir bem cauteloso nesse primeiro trecho de quase 30km de descida. Infelizmente o meu amigo Edson perdeu o controle da sua bike e sofreu uma queda, machucando bastante o joelho e a cabeça, mas nada grave, vindo a abandonar a prova no km 20. Sabia que o dia ia ser longo e duro com muito vento e tive um princípio de hipotermia que resolvi, usando touca e um cachecol para escapar, eu só administrei a média e o meu tempo para chegar ao final, abaixo das 12 horas de limite. No último dia da dura dupla maratona eu não encaixei a minha corrida. Estava com as pernas pesadas e não rendia; o clima até ajudou com pouco sol, então só pensei em finalizar a grande jornada. Os meus staffs, Cristiano Marcelino, que foi meu capitão de equipe pela quarta vez, e a fisioterapeuta Valquíria, foram primordiais para que eu finalizasse o meu quinto Ultraman. Agora é recuperar e me preparar para o ano que vem para a grande UB515. Aloha!"

O vencedor foi o canadense Jordan Bryden, de 33 anos, que teve um tempo acumulado de 23:24:46; o segundo lugar ficou com o espanhol Marc Puig Amiel, de 32 anos, em 23:40:50; e 3º lugar coube ao americano Rob Gray, de 43 anos, campeão de 2017, que chegou em 23:48:09. Entre as mulheres, a campeã foi a canadense Tara Norton, de 48 anos, que cruzou em 6º lugar geral, em 28:22:09, apenas oito minutos à frente da alemã Conny Dauben, de 44 anos.

Apesar da distinção nas colocações, o Ultraman é um evento diferenciado, pois não existe premiação em dinheiro e todos os atletas são destacados por terem completado a prova, inclusive, na cerimônia de encerramento, que será hoje, todos os finishers fazem um rápido discurso.

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