Pâmella Oliveira conta os detalhes de seu pódio em Dubai

Brasileira fala que decidiu desde cedo ditar o ritmo da prova e arriscar à procura de um bom resultado

“Eu me senti bem desde a largada. Acabei de vir de um período de treinamento em altitude e tentei fazer a diferença logo desde a natação. Eu entrei querendo ditar o ritmo, sem esperar o que as outras meninas iriam fazer para eu seguir, então comecei forte. Eu imaginava que duas meninas viriam juntas, mas só a Helen Jenkins veio, pois a Imogen Simmonds sobrou um pouco. Sendo assim eu tentei manter um bom ritmo na natação e, assim que saí para pedalar, eu forcei bastante para tentar abrir, o que aconteceu, pois a Helen acabou ficando e pedalei uma boa parte sozinha, sem ver ninguém.

Do nada a Imogen Simmonds brotou e nem sei há quanto tempo ela estava lá, descansando um pouco atrás de mim. Eu então reduzi e ela me passou muito forte, e foi até difícil ficar marcando ela. Nós pedalamos bem parecidas por um bom tempo, e mesmo à distância em acompanhei ela. Acabei pagando o preço no final do pedal, e dei uma sofrida nas pernas e também já comecei a pensar em me recuperar para correr bem.

Saí para correr sentindo as pernas pesadas, como imaginava, mas mesmo assim comecei a correr no ritmo que eu gostaria, mas não consegui manter, então logo meu Pace aumentou. Mesmo assim me senti melhor do que no Ironman 70.3 Bahrain, no final do ano passado, apesar dos tempos não terem sido muito diferentes. A corrida era plana, mas estranha, pois corremos numa ciclovia meio fofa, emborrachada, e os atletas tentam desviar desse piso, fazendo ‘cobrinha’. Consegui manter e controlar a Helen Jenkins, mas vi que umas meninas americanas fortes, que corriam bem, estavam vindo de trás. A Danielle Dingman acabou ultrapassando a Helen e me passando no km 18; gostaria de ter aguentado um Pace um pouco mais baixo, mas não foi possível.

Cheguei feliz com a prova, por ter feito e participado mais, sem apenas seguir o ritmo de outras atletas. Eu competi mais nessa prova, mas o nível é mais alto aqui fora, é outro patamar, bem diferente do que faço no Brasil, onde dito meu ritmo. Às vezes temos que arriscar ir mais forte e seguir quem está na frente, e podemos pagar o preço depois. Mas, analisando friamente, tem muita coisa que queria ter feito melhor, mas quando terminei a prova estava muito feliz de ter ficado no pódio, em 3º lugar, e poder participar de toda a festa depois, após fazer tanta força.”

Redação

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