Ironman 70.3 Rio: A análise do novo percurso!

É com muita alegria que recebemos a confirmação do Ironman 70.3 Rio. Esse “namoro” já estava acontecendo faz bastante tempo e é muito justo que tenhamos um evento dessa magnitude na cidade que é o berço do triathlon nacional.

Após longos anos de dificuldades, o triathlon carioca ressurgiu forte em 2014 com um circuito estadual. Bastante charmoso, foi realizado inicialmente no Aterro do Flamengo, Zona Sul do Rio. Posteriormente foi rebatizado de Rio Triathlon e ficou ainda mais organizado, com melhor estrutura, muito profissionalismo e novo endereço, o Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste da cidade. Em 2015 esse circuito se ampliou com provas em diversos formatos, mais etapas, premiação em dinheiro para os profissionais, feira expo e recorde de inscritos. Provavelmente este fator contribuiu de forma significativa para que o projeto Ironman 70.3 Rio fosse concretizado.

Em relação às provas que temos no Rio Triathlon, o Ironman 70.3 Rio traz alguns diferenciais importantes. O primeiro deles é obviamente a distância de Meio Ironman, já que nenhuma das provas do calendário tinha um volume como esse. Outro fator relevante se relaciona  aos percursos de ciclismo e corrida que tem particularidades ainda mais empolgantes. Agora, para trazer maiores esclarecimentos aos inscritos que não conhecem o local, vamos falar de cada uma das etapas separadamente:

  • NATAÇÃO –  acontecerá na Praia da Macumba que normalmente tem boas condições, mas pode apresentar ondas em caso de frente fria. Dependendo da maré, a entrada na água pode estar bem rasa nos primeiros cinquenta metros. Em apenas uma volta com formato predominantemente retangular os atletas irão nadar no sentido horário para completar os 1.900m. É importante que os atletas estejam preparados para todo tipo de dificuldade que possa aparecer. Para isso incluir nos treinos simulações de entrada e saída do mar e orientação dentro d’água serão fundamentais.
  • T1 – os atletas irão perder algum tempo, pois são aproximadamente 300m da água até as tendas de troca.
  • CICLISMO – serão três voltas. Uma grande de 48km, saindo da Praça Tim Maia e indo em direção à Barra da Tijuca, bairro vizinho ao Recreio, passando por uma área de reserva ambiental onde os atletas terão a oportunidade de ver no mesmo local o mar, a Lagoa de Marapendi e montanhas, como a Pedra da Gávea. Esse trecho é completamente plano, a organização promete um recapeamento do asfalto e caso não esteja ventando, prepare-se para pedalar muito rápido até chegar novamente à transição, onde os triatletas passarão direto em direção à Estrada do Pontal seguindo rumo à subida da Grota Funda com aproximadamente 2km de extensão e 4.5% de inclinação em que será necessário subir, descer pelo outro lado e retornar pelo mesmo percurso até a área de transição para iniciar as outras duas voltas que terão 21km cada e serão idênticos à primeira parte, indo e voltando até a Barra da Tijuca em trecho completamente plano. Em relação aos treinos, para que os atletas consigam extrair o máximo que esse percurso tem para oferecer, acredito que o foco deva ser na tolerância ao lactato, com treinos de time trial e força com treinos de big gear e repetições em subidas. E lembre-se que um bom “bike fit” o ajudará a se manter numa posição aerodinâmica que facilitará sua vida nessa corrida contra o relógio.
  • T2 – essa sim deve ser bem rápida, visto que a entrega das bikes já será bem próxima à tenda de troca, portanto se organize para não perder tempo aqui.
  • CORRIDA – essa é a parte mais difícil e charmosa da prova! Serão duas voltas de aproximadamente 10.5km saindo do Recreio e indo em direção à Prainha. Famosa entre os surfistas, essa pequena faixa de areia situada entre a montanha e o mar, tem seu acesso após duas subidas, mas é na volta que os triatletas devem ter maior dificuldade. Após o retorno a primeira subida é longa e íngreme, mas no topo o visual é impagável para onde quer que você olhe. Não esqueça seu boné ou sua viseira, pois essa meia maratona promete ser quente já que não há muito pontos de sombra e podemos ter um dia ensolarado. Em relação aos treinos o foco deve ser nos intervalados de subidas e longos em percursos com altimetria variada.

Faltam poucas semanas para essa prova que tem tudo para ser o sonho de consumo de nove entre dez triatletas em todo o mundo, afinal de contas, quem não gostaria de nadar, pedalar e correr na Cidade Maravilhosa?

Nos vemos na linha de largada…

Rodrigo Tosta – ironguides coach, Rio

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