As expectativas para o Campeonato Mundial de Triathlon (ITU) de 2020
Já se passou muito tempo, mas o cenário agora está montado, e a WTS Hamburgo, acontecerá neste sábado, 5 de setembro, com duas grandes mudanças. Como única “sobrevivente” do calendário da World Triathlon Series, em virtude da pandemia mundial de COVID-19, a prova se tornou um Campeonato Mundial, em etapa única. Os títulos também devem ser decididos em um novo percurso de sprint, fora do centro de Hamburgo e sob novas medidas e protocolos para garantir o distanciamento, além de testes seguros de todos os envolvidos. E no domingo, os Campeões Mundiais de Revezamento Misto serão coroados no mesmo local.
Cerca de 10 km ao norte do local tradicional da WTS Hamburgo, a natação de 750m será no Lago Stadtpark, fazendo a transição para uma ciclismo plano de 20 km com seis voltas rápidas, prontas para embaralhar o pelotão e determinar quais atletas saem da T2 para uma corrida de 5 km extremamente rápida.
HOMENS
A série masculina do ano passado foi uma montanha-russa imprevisível e aberta, e isso deve ser o caso mais uma vez, graças a um Start List de Hamburgo repleto de talentos.
Vestindo o número um, com certeza estará o campeão do ano passado, Vincent Luis. O francês ficou em segundo lugar na prova de Hamburgo em 2019, mas talvez só depois de sair da T1 saberemos se ele pode conquistar o bicampeonato. O companheiro de equipe, Leo Bergere, também vai tentar produzir um grande desafio na cidade, que ele e Luis ajudaram a conquistar o ouro de revezamento misto pela França, no ano passado.
Pode não haver Javier Gomez neste fim de semana, mas o tricampeão mundial Mario Mola, junto a Fernando Alarza, estão entre os nomes prontos para hastear a bandeira espanhola bem alto. O sul-africano Richard Murray e os alemães Jonas Schomburg e Justus Nieschlag também são nomes de destaque, bem como o belga
Jelle Geens e o trio de estrelas da Noruega formado por Kristian Blummenfelt, Gustav Iden e Casper Stornes.
A Grã-Bretanha vem “simplesmente” com o bicampeão olímpico Alistair Brownlee, o medalhista olímpico Jonathan Brownlee e Alex Yee, que é um corredor absurdo e, se tiver capacidade de sair da T2 perto dos líderes, pode surpreender. Por outro lado, não há dúvida de que nomes como o nosso brasileiro Manoel Messias, o húngaro Bence Bicsak, o português João Silva e o americano Matt McElroy são todos capazes de conquistar medalhas e podem surpreender os favoritos. O Brasil também será representado pelo jovem Kauê Willy, medalhista de ouro no Team Relay dos Jogos Pan-Americanos de Lima, ano passado. A largada masculina será neste sábado, a partir das 11 horas (horário de Brasília).
MULHERES
Katie Zaferes é a atual campeã mundial de triathlon, depois de um ano dominante em 2019. A americana está totalmente preparada para a tarefa de defender a coroa em Hamburgo. Da mesma forma está Flora Duffy, a bermudense que conquistou o título em grande estilo em 2016 e 2017 antes de sucumbir a uma lesão no meio do ano seguinte que a tirou das provas por um ano após a WTS Hamburgo 2018. A dupla britânica Jessica Learmonth e Georgia Taylor-Brown nunca esteve longe do pódio em 2019 e utilizou os rios ao redor de Leeds para compensar o tempo longe da piscina durante a quarentena. Ambas são fortes nomes à conquista do Mundial amanhã.
Os EUA não vivem só de Zaferes, pois Taylor Spivey e Summer Rappaport também estiveram envolvidas em algumas provas brilhantes nas últimas temporadas. Além delas, Rachel Klamer, da Holanda, a britânica Vicky Holland, e a qualificada olímpica da Áustria, Lisa Perterer, completam o poderoso top 10 de uma lista inicial feminina repleta de candidatas ao pódio.
A campeã mundial Sub-23 de 2019, em Lausanne, Emilie Morier, e suas companheiras de equipe francesa Cassandre Beaugrand e Leonie Periault também podem fazer bonito, bem como as alemães motivadas por competirem em casa Laura Lindemann e Lisa Tertsch.
O Brasil tem grandes chances de fazer um Mundial inesquecível, pois Vittoria Lopes e Luisa Baptista já mostraram na temporada passada que estão evoluindo a cada prova. Vittoria já é conhecida como uma das melhores nadadoras do triathlon mundial e seu ciclismo na “Grand Final” do ano passado, na Suíça, deixou todos admirados com a evolução demonstrada; se esse tempo sem provas tiver sido proveitoso para o crescimento de sua corrida, a cearense pode fazer um belo resultado. Sua amiga e parceira de Team Relay, Luisa Baptista, é outra em permanente evolução, principalmente na natação. Se conseguir se encaixar num bom pelotão perseguidor na bike, Luisa pode sair da T2 pronta para mais uma grande corrida, modalidade que mais gosta e que sempre se destaca. Juntando-se à dupla medalhista em Jogos Pan-Americanos está Djenyfer Arnold que, de ex-nadadora profissional, se tornou uma triatleta consistente, que cresceu muito – principalmente no ciclismo, como foi demonstrado nas provas indoor deste ano – e tem todas as condições de aproveitar a oportunidade e ter um grande sábado. O Mundial feminino tem largada às 13 horas (horário de Brasília).
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