Estresse e performance: Impactos na sua prova

Hormônios podem impactar no cálculo das estratégias de nutrição

Por Julia Engel

Muita gente acha que nutrição é matemática pura: quanto se ingere menos, quanto se gasta! Não que o pensamento esteja errado, mas hormônios podem impactar nesse cálculo muito mais do que se pensa.

Você já ouviu falar que antes do abate o animal não pode ser estressado? Isso porque para garantir a maciez da carne posteriormente consumida, a presença de grande estoque de glicogênio no músculo do animal antes do abate é fundamental. Quando o animal morre, ocorre um processo conhecido como rigor mortis. Após esse processo a carne começa a amaciar devido a queda do pH. Mas essa queda só é possível pela geração de ácido que ocorre quando o glicogênio que estava armazenado é degradado. Não havendo estoque de glicogênio, não é possível reduzir o ph, deixando a carne ainda dura. O estresse (pré-abate, neste caso) é capaz de liberar adrenalina demais, sinalizando para o corpo a necessidade de glicose deixando o organismo pronto “para luta e fuga”. Com isso, o estoque de glicogênio é consumido.

Contei tudo isso para fazer um paralelo com o estresse pré-competição. Grande foco da nutrição antes da prova é para aumentar ao máximo o estoque de glicogênio (reserva de glicose), que será capaz te te manter mais tempo estável na prova. Quando você tem um estresse grande pré-prova esse estoque pode ser consumido.

Resultado: Você já inicia a prova com o estoque depletado, o que pode comprometer muito um final de prova. Quando um atleta meu me escreve que tinha gás para um “sprint final”, eu avalio que toda a estratégia foi impecável. Meditação, música… procure a sua fórmula de relaxamento!Esposos (as)/ namorados (as) não briguem com seus cônjuges pré-prova.

Julia Engel é nutricionista. @juliacengel

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