A subida de Hawi: Onde o vento faz a curva no Mundial de Ironman !

Hawi é uma pequena cidade do Havaí que não é muito procurada pelos turistas, e por isso mesmo, não muito conhecida. Entretanto, na comunidade dos triatletas, Hawi não é só conhecida, como também é temida. É, realmente, “onde o vento faz a curva” e a etapa de ciclismo de 180km do Ironman tem seu retorno e seu ponto mais distante da largada.

Não bastasse a presença constante do vento lateral, para chegar até este retorno o atleta passa pela temida subida para Hawi, e é ali que se separam os “homens dos meninos”. Neste trecho do Ironman do Havaí o bom ciclista se destaca e o mal preparado sucumbe para, na maioria das vezes, vagar até o fim desta etapa, antes da maratona final.

Você vai fazer a prova? Pretende fazer algum dia? Ou tem apenas a curiosidade de saber como “sofrer” menos em Kona? Acompanhe algumas dicas importantes sobre como os profissionais ensinam a vencer este desafio que se encontra na metade da etapa de ciclismo do Ironman  do Havaí:

Esteja preparado

Tanto a subida como a descida de Hawi incluem uma potente combinação de ventos. Na maioria das situações, você vai começar a subir em um falso-flat com um leve vento de traseira, e, em seguida, cerca de 6 a 8km na subida, com o aumento da inclinação, você também estará mais distante do oceano, e agora com a presença do temido vento cruzado. Então, como você pode se preparar adequadamente? Em primeiro lugar, procure se sentir confortável em sua posição aero por longos períodos de tempo. Quanto mais você ficar sentado nesta subida, com as mãos na base do aerobar, mais o vento vai te atrapalhar. Em seguida, tente ser confortável com uma cadência elevada, preservando sua musculatura, já castigada na briga com o vento. Em seguida, mentalmente decida “abraçar o vento” e tente não ficar perturbado ou frustrado. Finalmente, se acostume a lidar com sua bike em ventos laterais, apurando seus reflexos e dirigibilidade em treinos anteriores.

Não comece devagar

A maioria das dicas que se lê sobre Hawi vai dizer-lhe para “economizar energia” na subida, de modo que tenha sobras suficientes para a volta do pedal (lembre que você ainda terá cerca de 80km a pedalar quando a subida a Hawi começa). No entanto, você perderá tempo se desacelerar demais já no início para conservar energia muito cedo nesta subida. Após a virada para Hawi, como mencionado acima, você ainda tem vários quilômetros com vento muitas vezes a favor, e se você fizer esta seção muito devagar, perderá preciosos minutos.

Descida!

Durante a descida de volta, o tempo todo, você verá ciclistas à sua frente (a menos que você seja o Sebastien Kienle ou o Andrew Starykowicz…), e pode observá-los para ver quando eles se movem lado a lado. Quando se movem, pode esperar uma forte rajada lateral de vento a qualquer momento. Tente ficar relaxado, mas atento, sem apertar demasiadamente o clip ou a base do aerobar. Um aperto exagerado combinado com o ato de estar prendendo a respiração vão desvirtuar a sua potência da bike.

Tente ficar o mais relaxado possível, mantendo sua posição aero, inclinando-se um pouco na direção oposta do vento cruzado e… confie na sua tocada! É preciso uma rajada muito maior do que você pensa realmente para surpreendê-lo e jogá-lo para fora da estrada. Apenas mantenha o foco, fique alerta e continue com a pressão sobre os pedais. Contanto que você tenha se alimentado e hidratado antes de começar a descer Hawi, realmente não precisará se preocupar em comer e beber até terminar de ter feito com a descida.

Não à “banguela”

Conhece o termo utilizado quando se desce de carro solto uma serra, sem marcha engatada, na chamada banguela”? Voltando ao ciclismo, na descida de Hawi isso não deve ser feito. Mantenha os pedais em giro constante. Isso vai ajudar a “lavar” o ácido láctico acumulado na subida. Não é para simplesmente descer mais rápido, é para mantê-lo competitivo na prova durante a seção mais difícil e mais técnica de todo o percurso da bicicleta.

Foto: Talita Saab

Foto: Talita Saab

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