Doping ou não? Alistair Brownlee denunciado por “hackers” russos

Alistair Brownlee, bicampeão olímpico de triathlon, é o principal nome presente na sexta lista de atletas que recorreram a substâncias proibidas para uso terapêutico, revelada nesta segunda (2/10) pelo grupo ‘hacker’ russo ‘Fancy Bears’.

A ficha médica de Alistair Brownlee, campeão olímpico em Londres 2012 e na Rio 2016, indica que o triatleta teve autorização clínica para tomar três doses orais de Acetazolamida, conhecida comercialmente como Diamox, um diurético utilizado frequentemente no tratamento do glaucoma, mas que também é usado por alguns atletas como agente mascarante.

“Tive uma única isenção de uso terapêutico [TUE] na minha carreira, em outubro de 2013, para usar Diamox no tratamento da doença das alturas, enquanto subia o Kilimanjaro,” explicou o britânico na sua conta no Twitter.

Alistair Brownlee é o principal nome da sexta lista publicada pelos piratas informáticos, que incluiu outros 19 desportistas.

Em 13 de setembro, a AMA informou que um grupo de ‘hackers’, conhecido como ‘Fancy Bears’ ou ‘Tsar Team’, acedeu ilegalmente à base de dados do sistema de administração e gestão antidopagem (ADAMS) da agência, criado para seguir os controlos feitos aos atletas.

O ataque informático, que levou já o ministro dos Desportos da Rússia, Vitaly Mutko, a negar qualquer envolvimento do seu Governo, teria sido feito através de uma conta do Comitê Olímpico Internacional (COI), criada nos Jogos Rio 2016.

O grupo acedeu a informação de desportistas, incluindo a dados médicos confidenciais, tais como isenções de uso terapêutico (TUE) de medicamentos nos Jogos do Rio 2016 autorizadas por federações internacionais e organizações nacionais antidopagem, de acordo com a AMA.

Da primeira lista de nomes constavam campeãs olímpicas dos Estados Unidos, como as tenistas Serena e Venus Williams e a ginasta Simone Biles; a segunda visou atletas britânicos, como Chris Froome ou Bradley Wiggins; a terceira incluiu a estrela maior da natação espanhola, Mireia Belmonte; e a quarta teve o tenista Rafael Nadal e o fundista Mo Farah.

Após compilar dados, e de acordo com o diretor geral da AMA, Olivier Niggli, o organismo não tem dúvidas de que os ataques em curso constituem uma forma de retaliação contra a agência e o sistema antidopagem mundial devido ao relatório McLaren, divulgado a 18 de julho, que revelou a existência de um esquema de ‘doping’ patrocinado por Moscovo.

Os TUE existem para permitir que atletas com problemas médicos reconhecidos, como a asma no caso do ciclista campeão olímpico Bradley Wiggins, e a hiperatividade no da ginasta Simone Biles, possam tomar substâncias proibidas para competir ao mais alto nível.

Fonte: Record e Daily Mail

Redação

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