CRIS CARVALHO, brava e de espírito indomável!

Ontem, dia 25 de dezembro, o Brasil perdeu uma das maiores triatletas de sua história, Cristina de Carvalho, aos 46 anos. Conhecida por sua tenacidade e capacidade incrível de superar adversidades, Cris nos deixou, vencida por um câncer. A comunidade dos esportes de endurance, e não apenas do triathlon, está triste, pois Cristina era polivalente e admirada em várias “tribos”, participando de corridas off-road, ultramaratonas, duathlons, triathlons, MTB e tudo que viesse pela frente e representasse, resistência, adrenalina e paixão. E ela era apaixonada pelo que fazia, como grande treinadora que era e Diretora técnica do Núcleo Aventura e do Projeto Mulher, uma das primeiras especializadas no treinamento de corrida para mulheres de São Paulo.

Tendo como esporte base o body boarding, após entrar na Faculdade de Educação Física, migrou para o atletismo e depois para o triathlon (mas continuava pegando onda). Nos anos 90 foi dominante como triatleta, tendo conquistas nacionais, sul-americanas e até no Ironman Havaí, onde foi top 15. No off-road foi top no XTERRA, conquistou títulos brasileiros em corridas de aventura, competiu no Ecomotion, Cruce de Los Andes, UTMB, entre várias outras vitórias e desempenhos memoráveis.

Tudo isso foi uma parte na vida de Cris,  ajudando-a se tornar a mulher admirável que todos vimos. O câncer que teve início no seio, alastrou-se para os ossos e depois de vários anos de luta, acabou vencendo Cristina.

Grande amigo de Cris e parceiro dela em conquista no Cruce de Los Andes, o triatleta Alexandre Ribeiro se manifestou em seu Facebook: “Magrinha, era sim que eu chamava ela. Tive a felicidade de poder conviver com ela durante bons anos. Sempre viveu intensamente! Uma energia que nunca vi igual! Conseguia surfar ondas de 2 metros em Itamanbuca, depois de varar uma noite inteira acordada nas festas de São Paulo, e ainda sair para pedalar 140k na Rio Santos. Ela fez a vida dela do jeito que planejou, e foi feliz trabalhando no que mais gostava. Infelizmente o câncer a levou cedo demais! Posso dizer que ela só deixou lindas recordações. Ser humano magnifico,de uma personalidade forte, caráter exemplar. Com certeza a vida continua e ela vai estar acelerando tudo em outra dimensão. José Caputo e Luigi estaremos rezando muito para ela. Fica aqui nosso eterno amor e respeito pela linda magrinha. Amo vocês!”

Outro amigo que escreveu sobre Cris, foi Alexandre Manzan: “Uma das piores coisas de se envelhecer é perder os amigos. Alguns casam e “somem”, outros se mudam, outros se desapontam com você, com outros você se desaponta, mas perder um amigo pra sempre é irreparável. Dói no coração. Hoje tomei outro golpe da dura labuta de se envelhecer. Perdi minha amiga Cris, a Cris Carvalho, a “professora”. Convivendo com ela desde os primórdios do triathlon, tive a honra de correr ao seu lado em algumas provas (confesso que tive receio de não conseguir acompanhá-la, mas deu certo!). A Cris me ensinou a acreditar no que eu era capaz. Arrisco a dizer que ela tinha mais confiança em meu desempenho que eu mesmo. Admito, com orgulho, que segui a trilha que ela abriu no esporte: triathlon olímpico, duathlon, Ironman, corrida de aventura, Xterra e, por fim, a corrida em trilha. Não faço a menor ideia para onde vamos (se é que vamos) quando morremos, mas se existe um “céu”, tenho certeza de que é pra lá que quero ir um dia para reencontrar boa parte das alegrias que tive aqui. Godoy, Zaranza, Léo Costas, João Thomás, Dentinho e agora você, Cris. A gente se fala…”

Cris, descanse em paz!

Redação

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